quinta-feira, 22 de junho de 2017

Uma pequena historia sobre o "Pano di Terra"



Pouco depois do descobrimento de Cabo Verde pelos Portugueses em 1460, o cultivo de algodão foi estendido pelas ilhas. Os escravos que trabalhavam na terra também teciam o algodão de acordo com as práticas dos seus povos: os Jalofos, Sereres, Mouros, Tucrores, Mandingas e Fulas da África do Oeste, renomeados pela sua tecelagem. Assim o nascimento do "pano di terra".


Sem embargo, as práticas tinham que ser adaptadas ao novo clima duro de chuvas erráticas e ecologia frágil. Para produzir tinta, as mulheres recolheram as plantas locais da ilha: tinta (indigofera tinctoria) urzela, e urucu - mas foi um assunto difícil. Segundo contam as plantas ficavam em lugares difíceis, em que  só os jovens tinham capacidade física para apanha-las. As folhas de tinta, mais fáceis de se apanhar e as mais usadas, ainda não eram fáceis de processar: primeiramente pilado até formar “pães”, foram metidas em água quente até formar larva. Depois, as folhas foram passado por um filtro de bambu e areia, misturado com cinza de folhas de bananeira, purgueira, ou espinho branco. Agora a mistura estava pronto para tinir tinha os panos completos, que estavam a converter-se no ponto focal da cultura local. Nos funerais, as mulheres “cobriam as suas cabeças com panos grandes” e limpavam as suas lágrimas nele. Quando alguém ia pedir uma menina como esposa, tinha de traze-la pano de terra, e  quando uma menina estava para casar-se, a sua sogra também oferecia um pano de terra para carregar crianças na costa.



No começo os teares eram improvisados, feito por escravos capturados na costa de Guine, produziram uma faixa de alta qualidade. O Pano de terra tornou-se uma das principais raridades da cultura Cabo-verdiana, transformando a sua economia, e revolucionando o tráfico de escravos.
Além disso, é um exemplo incrível da preservação cultural: num país onde existiu e existe varios tipos de cultura, onde há muita influencia do exterior, o pano di terra se mostrou ser mais resistente a globalização do que muitas pessoas.

No entanto, ele ja esteve em "extinção".  Durante os anos 90, quando os cabo-verdianos começaram a ver a televisão, a radio, a rádio, a ler o jornal, e a identificarem-se com outras culturas, o uso do pano di terra, entrou em extinção. Mas para prevenir a decadência do pano tomaram algumas providencias como por exemplo na localidade de São Salvador do mundo e em algumas outras localidades, eles começaram a dar formação aos moradores sobre a produção do "pano di terra", com o objectivo de  promover e preservar a cultura.
Desta forma depois de três meses começaram a aparecer teares de diferentes formatos, e panos de cores brilhantes assim como os tradicionais. E assim os novos tecelões começaram a estabelecer negócios neste ramo.


Com a decadência da economia,  converteu o pano em moeda da mesma forma,ameaçava simultaneamente, destruí-lo. Durante os 1700 e os 1800, a produção de pano e a economia Cabo-verdiana sofreram sob as leis comercias repressivas de Portugal. Uma, promulgada em 1687, condenou a morte a qualquer indivíduo que vendia panos aos estrangeiros. Ao mesmo tempo, as leis duras dobraram o preço dos escravos. Os escravos que sabiam trabalhar nos teares, eram considerados uma raridade.

Mas no contexto doméstico, pano de terra não era só de moda, como na Costa de Guiné; pano era a moeda. A Moeda quase desapareceu das ilhas. Portanto,”Pagavam-se vencimentos aos funcionários” em pano de terra. Nas sentenças dos tribunais os réus são condenados a pagar multas avultadas em "pano di terra”.
Mas o pano foi condenado em 1850, Os Estados Unidos, começaram a insdustrializar o "Pano di terra" , e a exportar por um preço muito barato, colocando assim a economia de Cabo Verde em causa.

1 comentário:

Unknown disse...

Este artigo até seria bom se a pessoa que o escreveu não fosse tão ignorante e com uma linguagem ainda formatada pelo colonialismo.
Porquê que ainda se diz: os portugueses para se falar dos colonos portugueses, mas diz-se escravos para designar as pessoas que foram raptadas da África pelos colonos monstruosos.
O colonialismo formatou a mente do mundo mas isso vai mudar.
Peço que mude os termos nesse artigo.
Vou lhe dar uma pequena ajuda.
Se você quer continuar a dizer escravos então escreva colonos em vez de portugueses. Senão pode substituir os termos de escravos por pessoas raptadas ou pessoas sequestradas.